Tem uma coisa que chama atenção nessa boa iniciativa da EMBRAPA. É que essa nova estrutura tem como foco aprimorar a pesquisa com o dendê. Aí vem a pergunta: Qual a produção de dendê no Amazonas? Quais as iniciativas do estado envolvendo a produção de dendê? Quais municípios estão envolvidos nessa atividade? O Amazonas tem aproveitado o conhecimento da Embrapa sobre o DENDÊ? Penso que não teremos respostas positivas a esses questionamentos, mas a culpa não é da EMBRAPA, é da "Compensa" que não estrutura o setor primário como deveria, é do setor que não pressiona, não está unido, e de termos uma base parlamentar ainda muito pequena que defende a agropecuária local. Essa base parlamentar na esfera federal é inexistente. Em síntese, é o nosso vizinho estado do Pará, e até outros países, que vão aproveitar a estrutura e o conhecimento que a EMBRAPA vai gerar DENTRO DA NOSSA CASA. Até quando?
Mais de R$ 3
milhões foram investidos em novas edificações
A Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) inaugura, na quinta-feira, 20 de outubro, as obras de
melhoria da infraestrutura física do Campo Experimental do Rio Urubu (Ceru),
localizado no município de Rio Preto da Eva e dedicado à realização de
pesquisas com dendê e caiaué. Pertencente à Embrapa Amazônia Ocidental, o Ceru foi
totalmente remodelado, com investimentos de R$ 3,1 milhões que garantem não só
novo ânimo à equipe, como também a potencialização dos trabalhos realizados no
local.
O conjunto de obras compreende um novo
alojamento para os empregados, um novo prédio para a administração e um novo
galpão de apoio.
O alojamento possui 30 apartamentos,
semelhantes aos de um hotel, com banheiro privativo e ar condicionado, onde os
funcionários ficam acomodados com conforto e segurança. No local foi construído
um centro de convivência, com copa, área para televisão e sanitários, além de
uma quadra de vôlei. Os quartos contam, ainda, com armadores de rede, uma
solicitação dos funcionários durante a fase de elaboração do projeto executivo,
e há também a disponibilidade de uma rede wi-fi para acesso a internet – uma
das conquistas mais comemoradas pelos empregados.
O prédio da administração possui salas
para a supervisão do Campo e para os técnicos, refeitório para 40 pessoas,
cozinha, despensa, sanitários, sala com computadores para inclusão digital,
sala para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes/ambulatório, almoxarifado
e auditório para 50 pessoas, além de espaço para estacionamento de
veículos. O galpão de apoio conta com 537 m² para abrigar veículos,
máquinas e implementos agrícolas, além de um depósito para insumos agrícolas,
com 335 m².
Fortalecimento da pesquisa
No Brasil, a Embrapa foi pioneira nas
pesquisas e conduz os trabalhos de conservação e melhoramento genético do
dendezeiro (Elaeis guineensis), de
origem africana, e também do caiaué (Elaeis
oleifera), palma de origem americana. A partir do estudo e conhecimento
dessas espécies, a Empresa tem desenvolvido tecnologias que garantem o bom
desempenho dos cultivos da palmeira no campo, com alta produtividade,
resistência a pragas e doenças e melhor qualidade do óleo, além da
sustentabilidade dos plantios, diminuição do custo de produção e alternativas
viáveis para a agricultura familiar.
Graças ao apoio das pesquisas realizadas
no Campo Experimental do Rio Urubu, o Brasil avançou no conhecimento da palma
de óleo, e hoje já conta com sistemas de produção, tecnologias para produção de
sementes e zoneamento agroecológico da cultura. Também já foram lançadas oito
cultivares, sendo sete do tipo tenera e um híbrido a partir do cruzamento entre
o dendezeiro e o caiaué, a BRS Manicoré.
Conforme o chefe-adjunto de Pesquisa e
Desenvolvimento da Embrapa Amazônia Ocidental, Celso Paulo de Azevedo, as
obras, além de recuperarem a estrutura física de mais de 30 anos do Ceru, representam
qualidade de vida no ambiente de trabalho, melhoria das condições ambientais
gerais, promoção da segurança e integração social. “Nossa expectativa é que as
melhorias físicas realizadas tenham um reflexo no desenvolvimento das
atividades de cada trabalhador daquele Campo, partindo-se do
princípio básico que as pessoas são mais produtivas quando mais
satisfeitas e envolvidas com o próprio trabalho”, destacou.
O chefe-adjunto de Transferência de
Tecnologia, Ricardo Lopes, reforçou a importância do Ceru para conservação do
germoplasma de dendê e caiaué, através do Banco Ativo de Germoplasma (BAG)
mantido no local, composto pelo maior e
mais diversificado número de subamostras de caiaué do mundo e também um dos
maiores de dendezeiro. “Esse germoplasma é um importante patrimônio do Brasil.
Se perdido, fica comprometido o futuro do melhoramento genético da espécie no País.
As melhorias na infraestrutura eram fundamentais para dar continuidade às
atividades desenvolvidas. No entanto, temos ainda grande desafio para
transformar o patrimônio disponível em produtos que atendam as demandas da
cadeia produtiva da palma de óleo, que pede por novas cultivares, mais produtivas, com
menor porte e adaptadas a estresses bióticos e abióticos e que são fundamentais
para manter o cultivo da espécie competitivo e sustentável no Brasil”, disse.
Produção de sementes
De 1992 a 2015 o Ceru produziu e
comercializou cerca de 13 milhões de sementes germinadas, o suficiente para o
plantio de aproximadamente 75 mil hectares. As sementes produzidas, tanto de cultivares
tenera como do híbrido interespecífico, têm qualidade reconhecida pelas
empresas nacionais e de fora do país, já tendo sido exportadas para vários
países, principalmente da América do Sul. “Sem a produção de sementes da
Embrapa os produtores estariam totalmente dependentes de sementes importadas e
sem o germoplasma mantido no Ceru não existiria produção de sementes de
cultivares melhoradas no País”, explicou Lopes.
Obras entregues no valor contratado
A chefe-adjunta de Administração da
Unidade, Nádima Campelo, ressaltou, como mais uma conquista, o fato de as obras
terem sido concluídas sem nenhum aditivo de preço. "Entregamos a obra no
valor contratado, fruto de corretos e adequados projetos básicos e executivos,
e de ações de acompanhamento e fiscalização altamente técnicos e competentes,
fatos que valorizam e dão eficiência aos recursos limitados que dispomos para
investimento na infraestrutura física da Unidade", pontuou.
O supervisor do Ceru, Bruno Araújo
Cruz, também comemorou a entrega das obras. "Nitidamente percebemos
melhoria significativa da satisfação e da qualidade de vida dos funcionários.
Eles se sentem valorizados, com esse investimento importante para melhor
atendê-los. Um recurso como a internet no próprio alojamento pode parecer simples,
mas isso muda a vida dos colegas, porque eles conseguem estar em contato com a
família com mais facilidade. Essa obra vem em boa hora não só para fortalecer a
estrutura do Ceru, mas também para nos unir ainda mais", disse.
Dendê
Nativo da
África Ocidental, o dendezeiro foi introduzido na América no século XVI. Seu
fruto produz dois tipos de óleo: o de dendê, extraído do mesocarpo (polpa) do
fruto; e o de palmiste, extraído do endosperma (amêndoa). É a mais produtiva
oleaginosa, superando a soja em até dez vezes em produção de óleo/área
plantada. O cultivo com técnicas agronômicas para alta produtividade desta
cultura no Brasil foi iniciado na década de 1960, no Pará. O Instituto
Agronômico do Norte (IAN), hoje Embrapa Amazônia Oriental, realizou estudo de
aptidão de materiais melhorados por meio de cooperação com o Institut de
Recherches pour les Huiles et Oléagineux (IRHO), da França, atual Centre de
Coopération Internationale en Rechecher Agronomique pour le Développement
(Cirad).
Histórico
No início da
década de 1980, a fim de atender a demanda tecnológica que daria suporte ao
Programa Nacional de Óleos Vegetais para Fins Energéticos (PROÓLEO), a Embrapa
estabeleceu o Programa Nacional de Pesquisa do Dendê e transformou o Centro
Nacional de Pesquisa de Seringueira, localizado em Manaus, em Centro Nacional
de Pesquisa de Seringueira e Dendê, hoje Embrapa Amazônia Ocidental. Nessa
Unidade foi criado, em 1982, o Campo Experimental do Rio Urubu (Ceru), em Rio
Preto da Eva (AM), onde, por meio de cooperação com o IRHO, foi estabelecido o
Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de dendê e caiaué, hoje um dos mais
importantes do mundo, com intuito principal de atender à demanda nacional de
sementes germinadas de dendê, a qual, até meados da década de 90, era totalmente
dependente de fornecedores estrangeiros. Atualmente, a Embrapa é a única
empresa brasileira detentora de matrizes com programa de melhoramento genético
a produzir sementes comerciais germinadas de dendezeiro.
Localizado no Distrito Agropecuário da
Suframa, zona rural do município de Rio Preto da Eva, o Ceru somente teve
acesso à energia elétrica da concessionária em 2013, com aporte de recursos da
Embrapa de mais de R$ 1 milhão para implantação da rede de distribuição. Conforme
o chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Luiz Marcelo Brum Rossi, as obras
entregues somam-se aos benefícios que a energia elétrica proporcionou, em
segurança, conforto e comodidade, e à melhoria no desempenho das atividades
técnicas e de apoio atribuídas às equipes daquele Campo Experimental.
"Nosso sentimento é de alegria e orgulho por ter conseguido realizar
essas obras na nossa gestão, antigo sonho e aspiração tanto das equipes do Ceru
como dos gestores anteriores", declarou.
Alta diretoria
Além da presença de parceiros externos
e de empregados e da chefia da Unidade, o evento de inauguração das obras do
Ceru vai contar com a presença da alta direção da Embrapa.
Serviço
O que: Inauguração das obras do Campo
Experimental do Rio Urubu
Local: Km 54 da AM-010 (Manaus/Itacoatiara) Estrada ZF-7/Final
Rio
Preto da Eva-AM
Dia: 20 de outubro, quinta-feira
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