segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

"Renda ao Extrativista" deveria ser a principal pauta do ENCONTRO ESTADUAL e do IV CHAMADO DA FLORESTA

Essa notícia publicada no site do MEMORIAL CHICO MENDES destaca a realização de dois importantes eventos em 2018. São eles: Encontro Estadual Extrativista começando no dia 22 de JUNHO, e o IV CHAMADO DA FLORESTA iniciando em 13 de DEZEMBRO. Ótimo, duas boas notícias, serão mais dois momentos de reflexão e propostas. Entre as pautas, só senti falta do tema que, no meu entendimento, é o primeiro, o principal, e o que vai resolver todos os outros. Estou falando do tema "RENDA do extrativista", ou seja, "DINHEIRO no bolso do extrativistas". A remuneração da nossa PRODUÇÃO EXTRATIVA está muito abaixo, mas MUITO MESMO, do que seria justo, digno e capaz de mantê-los no interior do estado. Sem REMUNERAÇÃO JUSTA ninguém segura o desmatamento e o esvaziamento do interior. Isso vem acontecendo com o pirarucu de manejo, peixe popular, açaí, borracha e por aí vai. A PGPMBio, por exemplo, não pode se limitar a ter um preço mínimo que só contemple o custo de produção. Isso é inaceitável, e tem que entrar em pauta prioritária nesses dois encontros. E a estrutura para apoiar a implementação dessa política já é suficiente? Lógico que não! Então, qual é essa estrutura ideal para fazer chegar o dinheiro no bolso do extrativista? Isso precisa entrar em pauta nos dois encontros. E o crédito do BB, BASA e CAIXA está chegando no bolso do extrativista? E a ATER?

Veja, abaixo, matéria completa publicada no site do Memorial Chico Mendes
No último dia 6 de janeiro, aconteceu em Tefé uma reunião com parceiros para organização do Encontro Estadual Extrativista que irá ocorrer de 22 a 24 de junho de 2018 no município. Cada entidade presente ficou responsável pela mobilização em seus espaços de atuação.
De acordo com Adevaldo Dias, presidente do Memorial Chico Mendes, a reunião é uma oportunidade de dividir tarefas para o sucesso do evento. “Entramos em um consenso de que cada entidade deverá buscar formas de apoiar a realização do evento com mobilização e transporte. Em março haverá nova reunião para análise do andamento dessas questões”.


O Encontro Estadual dos Extrativistas pretende contribuir com a mobilização das lideranças locais para organização comunitária, além de discussões sobre cadeias produtivas e sociobiodiversidade, regularização fundiária e gestão participativa das Unidades de Conservação.
“O município de Tefé foi escolhido para realização do encontro em razão do histórico de luta, que refletiu nas primeiras unidades de conservação, além do conjunto de municípios próximos que facilitarão o deslocamento das lideranças até o local”, contou Adevaldo.
Esse encontro também é uma preparação para o IV Chamado da Floresta a ser realizado no Acre de 13 a 15 de dezembro de 2018 com a presença de lideranças de todo Brasil. Em sua 4ª edição, o Chamado da Floresta é maior encontro de extrativistas do país e é organizado pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) para discutir a pauta de reivindicação do movimento extrativista brasileiro.
De acordo com Dione Torquato, coordenador regional do CNS, a reunião em Tefé teve como objetivo central discutir parcerias para o I Encontro Estadual dos Extrativistas. “Queremos atingir cerca de 40 municípios e representantes de 43 Unidades de Conservação (UC), com, no mínimo, dois representantes por cada UC. Nosso evento será histórico, pois da última vez que ocorreu uma mobilização de comunidades tradicionais foi em 2013”.
“Lideranças fortes devem estar presentes pois vivemos um retrocesso político e queremos propor estratégias para comunidades extrativistas, compartilhar experiências, saber os principais desafios e qualificar nossas demandas para levar ao IV Chamado da Floresta”, disse o coordenador.
De acordo com o Dione, o encontro é fundamental para discutir sobre gestão participativa e estratégias de fortalecimento das cadeia produtivas. “No Amazonas não temos uma política específica para a cadeia produtiva extrativista, queremos no fim desse encontro trazer sugestões e diretrizes para reivindicarmos junto ao governo a necessidade de formar um programa estadual de cadeia extrativista”, revelou.
“Pegamos os desafios de hoje para construir propostas de políticas públicas. Iremos também compartilhar experiências das ações das organizações comunitárias. Quais são os projetos que deram certo hoje dentro das UCs? No médio juruá temos a experiência do comercio ribeirinho que deu certo, onde mais isso pode ser feito?”, acrescentou.
A política de reforma agrária também será discutida no encontro. “As comunidades tradicionais precisam ter conhecimento sobre o que o governo está fazendo de retrocesso na política de reforma agrária e como isso reflete no Amazonas, na nossa realidade. Com a  questão da mineração por exemplo, discutiremos qual a intenção do governador. Socializar essas informações é importantíssimo. Iremos preparar a nossa articulação e fortalecer a incidência política da organização social que é o CNS”, finalizou

Um comentário:

  1. Caro Thomaz, o CNS e o Memorial Chico Mendes agradecem a atenção em divulgar a agenda de discussão dos extrativistas do Amazonas ao IV Chamado da Floresta. É preciso deixar claro que a renda do extrativista - não que não seja uma questão importante - mas integra a luta histórica do CNS e do movimento extrativista da Amazônia e do Brasil, que luta, sobretudo, por mais investimentos em infraestrutura, saúde, educação, investimento nos produtos da sociobiodiversidade, habitação e o principal criação de RESEX. A proposição estratégica do CNS ao IV Chamado da Floresta vai além da luta para melhorar a renda do extrativista, reivindica, sobretudo, a garantia do uso dos territórios extrativistas e regularização fundiária (CCDRU) e criação mais REEX para assegurar os direitos das populações que vivem e fazem a conservação da floresta Amazônica.Por isso a criação de RESEX, investimentos nos direitos sociais e na produção extrativistas entre outros pontos fazem parte da agenda do IV Chamado da Floresta em Xapuri/Acre, como meio para influenciar o Estado brasileiro a dar mais atenção a pauta de reivindicação dos extrativista da Amazônia.

    Clodoaldo Pontes
    Assessoria CNS e Coordenador Memorial Chico Mendes.

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